Acordei pela manhã decidida a escrever mais um post no blog, tomei
café, liguei o computador e pensei vou ligar a TV. Muitos temas passaram pela
minha cabeça: " a importância do preparo do alimento, síndrome alcoólica fetal, e o parto como uma passagem". Foi quando parei na Natgeo e estava
passando "Planeta Natgeo: O coração da Amazônia", o documentário já
tinha começado, quando apareceu uma cachoeira, e o índio narrava a importância daquele local:
Aquela cachoeira, é a representação da mãe natureza, é daquelas águas que nascem todos os seres humanos do planeta, por isso aquele local e
aquelas águas são sagradas. Que seus ancestrais foram os primeiros a nascerem
daquelas águas e que a própria mãe natureza se personificou e ensinou o ritual
fertilidade. Então, quando eles vão para aquele local e praticam o mesmo ritual,
eles se conectam com a energia presente em todos os rituais realizados naquele
local, ou seja, se conectam com a energia da mãe natureza, e assim o
passado e o futuro se unem no presente.
Foi assim, que decidi escrever sobre o parto, afinal o parto
também é um ritual, realizado desde o inicio dos tempos.
O
parto é um ritual de passagem, "porque parir, é passar de um estágio a outro. É um
rompimento espiritual e como todo rompimento, provoca dor. O parto não é uma
enfermidade a ser curada. É uma passagem para outra dimensão." (Laura Gutman).
Isto mesmo, quando uma mulher dá a luz de forma natural, ela
interage com outras dimensões, isso ocorre devido o coquetel de hormônios que é liberado no momento do trabalho de parto, dentre eles o principal é a
ocitocina.
A ocitocina, também é conhecida como o hormônio do amor, esta presente em vários momentos da nossa vida, como na amamentação e relações sexuais. Então, quando a mulher é embebida por este hormônio e se concentra nos movimentos do parto, ela entra em uma
especie de transe, ou seja, se conecta com a força da mãe natureza que existe
dentro dela, vivenciando o seu parto não apenas nesta
dimensão, mas em todas as outras, e assim, controla a dilatação e contração uterina, conversa mentalmente com o espirito de seu filho e interage com todos os seres que a mãe
natureza colocou a sua disposição para auxiliar-la no nascimento de mais um ser vivo.
É lógico que tudo isso dá muito medo, pois as mulheres não foram educadas, para vivenciarem esta experiência, e o medo aumenta ainda mais, quando se nega o espiritual. Então, a dor gerada no parto, é a negação da experiência espiritual que o corpo físico preparou para a mulher. Caso contrario tudo se daria de uma forma mágica e natural como descrito no trecho abaixo, extraído e adaptado do livro Eternamente Ísis: O Retorno do Feminino Sagrado:
"Era noite, em
meio a milhares de estrelas, a lua estava em sua fase cheia e irradiava sua
luz para um cristal. Seres de outras dimensões estavam
presentes e emitiam luz de varias frequências. Estes seres se encontravam em
missão especial, pois davam assistência a uma mulher que estava a beira do
lago, preste a dar a luz. A mulher encontrava-se feliz, e não manifestava
nenhuma reação de dor ou desconforto. No local também haviam sacerdotisas que
emanavam cânticos sagrados que tinham a capacidade de atrair as forças da lua.
A parteira ajoelha-se diante da mulher e coloca suas mãos em seu ventre para
entrar em contato com a criança. Telepaticamente, começa uma conversa com o ser
que esta a nascer, orientando-o quanto o momento do nascimento, além de
verificar suas condições físicas, emocionais e espirituais. Pois, tanto a mãe quanto
a criança precisam estar unidas na mesma sintonia, para que o parto
aconteça de maneira calma, tranquila e natural. A jovem mãe também
conversava mentalmente com seu filho, transmitindo amor, acolhimento e
segurança. Desta forma, a própria mãe controlava todo o trabalho de parto, no
sentido de induzir e conduzir a dilatação uterina. A criança ajudava a
controlar seus próprios impulsos, que favorecia a dilatação e comandava seu
movimento de rotação na hora da saída do útero e passagem para o mundo físico.
A parteira, auxiliava no controle da dor inibindo os impulsos das áreas cerebrais da mãe. A parturiente, encontra-se na
posição de cócoras auxiliada por outras sacerdotisas, e recebe a emanação
energética da lua e do cristal. Ao nascer as sacerdotisas colocaram o recém-nascido no lago, para que
ainda mantivesse as sensações as quais estava acostumado durante as nove luas
que tivera dentro do útero de sua mãe. Enquanto, isso a parteira auxiliava no
nascimento da placenta, que também era mãe, pois nutrirá e sustentará o
desenvolvimento da criança durante toda a gestação. Após a placenta era
queimada e suas cinzas utilizadas nos rituais de fertilização da terra. Durante todo o
trabalho de parto, uma anciã, mantinha um canal de captação e emissão das
forças da lua, potencializando a energia magnética da terra e auxiliando na
formação do campo de atração para fixação das forças da lua e da terra, potencializando
assim o efeito do imã."
Eu sei que tudo isso, parece distante e muitas vezes impossível
de acontecer nos dias de hoje. Mas este, é o ritual do parto e quando uma
mulher entra em trabalho de parto, ela entra em contato com estas energias, com
estes seres, e assim, como o índio da Amazônia disse no documentário o passado
e o futuro se fundem no presente.
Parabéns , Ërica! Texto com muita sensibilidade, informação e inspiração!
ResponderExcluirQue seja resgatada nossas raízes!