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sábado, 28 de julho de 2012

O Resgate do Trabalho de Parto



Após a publicação do CREMERJ, na qual proibe a partcipação do médico obstetra nos partos domiciliares e a presença de doulas nos hospitais, o parto, passou a ser a noticia do momento, onde os meios de comunicação se pronunciam e dão sua opinião a respeito do fato.

O parto industrializado foi implantado nos EUA, no inicio do século passado, onde os médicos passaram a ter controle do processo do parto e o trabalho das parteira minguavam, onde a classe médica alegava a falta de conhecimento cientifico a respeito do trabalho de parto pelas parteiras, e que este fato comprometia a assistencia prestada naquele momento. Mas, na verdade a questão era econômica, pois as parteiras limitavam os atendimentos médicos e assim, seu lucro.

A partir deste momento, o parto começou a ser visto como um processo patologico, e assim, iniciou-se todas as intervenções que conhecemos, o forceps, a anestesia, a episiotomia, a cesariana, a ocitocina, os protocolos, e assim o médico passou a ser o ator principal do trabalho de parto, e pior, fizeram com que as mulheres acreditassem que não poderia mais terem filhos naturalmente, que as intervenções eram necessarias e muito melhor para ela e para o seu filho.

E hoje, a sociedade vive as consequencias, de tudo isso, pois existem estudos na area da pscicologia que relacionam comportamentos e doenças de um adulto com o que aconteceu com ele quando estava no ventre da sua mãe, no momento do parto e no primeiro ano de vida.

Se pegarmos apenas os estudos que estão relacionados com o parto, estes demostram que a forma com que nascemos esta relacionada com a nossa capacidade de amar, sendo assim, as pessoas que  passaram por intervenções durante o parto demostra uma deficiencia na capacidade de amar, e esta deficiencia leva a violência, ao suicidio, drogadição e ao autismo.

Quando você conversa com uma mulher que decidiu ter seu filho em casa ou escolheu uma doula para acompanha-la ao hospital, sua justificativa é “no hospital, tudo é frio, o ambiente, as pessoas”.

Esta frieza que a mulher refere, que não sabe explicar direito é a violencia gerada no momento do parto.

Estudos demostram que países com o maiores índices de cesarias é também os que tem maiores indices de violência e criminalidade. E isso vale para o Brasil, que é o campeão mundial em numeros de cesarias.

Isso, se explica pelo fato de a classe médica ser quase exclusivamente formada por homens, e estes liberam testosterona, então tendem a ser mais agressivos e dominadores devido ao hormônio que produzem. Indo contra todas, as leis naturais do trabalho do parto.

Sendo assim, é preciso que a medicina se limite ao tratamento de situações patologicas ou anormais e não tentar dominar os processos fisiologicos dos seres humanos, como o parto.

Mas, só isso não é o suficiente. É preciso que a parteira ou como é vista hoje, a enfermeira obstétrica, seja percebida em primeiro lugar como uma figura materna, se teve seus filhos de forma natural sem intervenções e que esta mulheres não sejam treinadas para satisfazerem os seus desejos, mas as necessidades de cada parturiente, como acontece com as parteiras tradicionais.  Para que, o conhecimento, gravado em seu corpo e sua alma inspire e fortaleça a mulher em trabalho de parto.

Então esta discução nos leva a algo muito mais amplo do que a proibição do médico e da doula, e sim, a reestruturação da forma como o trabalho de parto é realizado. Para que, a mulher volte a ser a artista principal deste momento, e assim, tome posse de todo o seu poder e força,  e se torne forte e preparada para a experiencia da reeducação de uma nova vida.

É preciso que “ as mulheres reencontrem esta coragem e fortaleçam-se no que lhes cabe, sem assumir posturas indesejaveis, baseadas no que esta estabelecido pelo inconsciente coletivo, e assim, construir uma geração de grandes homens e verdadeiras guerreiras" (trecho extraido do livro Mulheres: Mães e reeducadoras dos filhos de Horus, pag. 56 – Parto normal e amamentação), através de um parto natural.

Para finalizar deixo o video de um parto, extraido do documentario "As parteiras do Amazonas" da NatGeo, que para mim é magico e compreende todo o resgate necessário do trabalho de parto.




Leituras recomendadas:

O campones e a parteira. Michel Odent

Mulheres: Mães e reeducadoras dos filhos de Horus. Juliana Costa de Souza. Parto Normal e Amamentação – pag. 55 e 56. 

2 comentários:

  1. Que essa informação percorra o mundo e alcance o âmago das mulheres. E que nesse momento, um milagre aconteça... Obrigada por compartilhar o que sabe, Érica! Você tem a minha admiração!

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